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sábado, 20 de março de 2010

Capacidade de ser feliz foi sugestão de redação

A Universidade de Pernambuco (UPE) voltou a abordar um tema subjetivo na redação, o que não acontecia há alguns anos. Uma das alternativas para dissertação foi “Ser capaz e ser feliz depende de cada um de nós”.

A segunda opção trouxe um tema mais objetivo: “O estresse informacional na sociedade contemporânea”. Para ajudar os feras na hora de escrever, a banca colocou um trecho da música Tocando em Frente, de Almir Sater, e um fragmento de uma reportagem da Revista Super Interessante.

Na opinião dos professores de redação Jorge Alves e Daniel Bandeira, do Colégio NAP, os vestibulandos não tiveram dificuldade. “A UPE não seguiu o que vinha fazendo há quatro anos, apresentando temas objetivos. É positivo porque o fera pode escolher entre a subjetividade e a objetividade”, comentou Daniel. Ele acredita que o primeiro tema foi o preferido. “A maioria achou mais fácil falar sobre a felicidade do que a sociedade da informação.” Em português, a prova não trouxe surpresas.

“Repetiu a linha dos últimos anos. Foi bem elaborada e com assuntos diversos”, destacou a professora Glauce Dias, do Colégio Boa Viagem. Segundo ela, o teste não seguiu o formato do Enem. Na parte de literatura, os professores Eduardo Cordeiro e Fernando Ivo, da mesma escola,
consideraram as questões bem elementares. “Deveriam ter enfatizado outros aspectos. Há um quesito, por exemplo, que se preocupa com o nível de escolaridade de Patativa de Assaré”, observou Eduardo.

Eles questionaram oficialmente o gabarito da questão 11. “Não há resposta correta.” Na prova de espanhol houve equilíbrio entre a gramática e a interpretação de textos, conforme o professor Welington de Melo, do Colégio Atual. “Foi um dos melhores exames dos últimos anos. Há uma tentativa de trabalhar a língua de maneira interpretativa, o que é positivo”, afirmou.

Em inglês, o professor Marco Antônio Guimarães, do Colégio Motivo, disse que houve uma grande mudança. “Há 20 anos, a prova tinha cerca de 80% de gramática e 20% de compreensão de texto. Este ano mudou. Pelo menos 90% do teste foi de compreensão textual. Acredito que isso se deve ao Enem”, destacou Marco.

CORREÇÃO

“Preferi escrever sobre a capacidade de ser feliz. Gostei do tema. Não tive dificuldade”, contou o fera de engenharia civil Vinícius Coelho, 18 anos. As redações começarão a ser lidas no final da semana, depois que as outras provas tiverem sido corrigidas. Só seguem para correção os textos dos candidatos que passaram do ponto de corte. Cem professores compõem a banca de redação.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Bom Dia Amor! (Conto)


Acordei com você sussurrando ao meu ouvido, nem me recordo direito o que falou, mas aquela voz gostosa me fez despertar. E acreditando que estava sonhando não abri os olhos, apenas sentia sua presença à cabeceira da cama, agora passando levemente os lábios no meu rosto e beijando. Virei e abri os olhos, não estava sonhando, seus olhos lindos me queimavam e um sorriso maravilhoso iluminou todo o quarto. Ainda não acreditando, toquei seu rosto, só então tive a certeza que estava ali por inteiro, não sei como, mas não ia fazer perguntas e quebrar todo o encanto. Abracei-te, beijei, e puxei pra dentro da minha cama, onde imaginava estar com você um dia. Foram horas de carícias deliciosas, beijos intermináveis, daqueles que sentimos cada pedacinho da língua, que nos fazem sentir vontade de abraçar cada vez mais, agarrar com toda força parecendo que os corpos atravessariam um ao outro, ou se fundiriam num só.

Todo meu corpo estava em chamas, não havia mais espaço para roupa, que você arrancou de uma só vez. Cheguei a sentir frio, arrepiando com a brisa que invadiu o quarto, tamanho era o calor do meu corpo. Num movimento estava sobre você, lindo, com a camisa entreaberta, sem falar nada, apenas pedindo com os olhos que eu continuasse. Abri cada botão que faltava, sem desviar do seu olhar, até tirá-la por completo. Comecei a beijar sua boca bem de leve, só encostando e brincando, sem deixar me beijar. Desci beijando seu pescoço, peito, barriga e fui abrindo e tirando lentamente sua calça, que já estava apertada de tanto tesão. Continuei beijando todo seu corpo até os pés, puxando sua cueca conforme descia, voltei passando a língua pelas suas coxas, virilha, até que você me puxou com força, abraçou-me e nos beijamos como loucos.

Nessa loucura, segurei forte suas mãos, escorreguei pelo seu corpo suado, até sentir encaixar bem gostoso. Fazia movimentos lentos, segurando suas mãos, prendendo suas pernas com as minhas e te olhando firme nos olhos. Não sei quanto tempo ficamos assim, alternando entre movimentos lentos, que parecia te sugar, e uma louca cavalgada. Até que nos abraçamos e finalmente nos tornamos um só de tanto prazer. Dormimos assim, abraçados e cansados...
Senti a cortina passar pelas minhas pernas, um vento frio entrava no quarto, passei a mão pela cama e você não estava. Ouvi o aviso de mensagem chegando na caixa de correio, esqueci o computador ligado, era mensagem sua e dizia:

“Te liguei e só dava ocupado, à noite nos falamos no MSN, bjsssss...”.

Sonhei que estava sonhando... Bom dia amor!

Um sono bom

Pegar trem é complicado. Não é a primeira nem a última vez que digo isso. Quando se consegue um lugar para sentar até vale acreditar em Deus, para agradecer essa dádiva.

Assim, quem consegue um lugar não perde tempo: encosta a cabeça e dorme. Eu mesmo faço isso. O balançar do trem não dá outra opção, é quase um colo de mãe que põe o filho para ninar. Mas, mora um perigo aí: perder a estação. Um risco que, por vezes, vale a pena correr, seja de manhã, com aquela cara de mal-dormido, ou à noite, cansado de um dia de trabalho.

Dia desses, não fui consagrado e fazia meu regresso para Mogi em pé, mesmo. Na minha frente, uma mulher, que devia ter lá pelos seus 40 ou 50 anos, aconchegou-se em seu lugar. Sentada, pegou uma de suas blusas e a transformou num agradável travesseiro, e com a outra fez-se um cobertor. E dormiu. Dormiu gostoso, de roncar um tanto até.

Olhei para ela. Dava gosto olhar, parecia um sono merecido. Até me preocupava se algum balançar maior do trem a acordasse.

Chegamos na estação final. De baldiação, na verdade. Todos levantaram e nem ligaram para a mulher dormindo. Queriam sair logo e conseguir sentar no próximo trem. Pensei em acordá-la. Mas não o fiz. Sei que o certo, talvez, fosse acordá-la. Entretanto, aquele sono parecia tão sincero, tão justo, tão despreocupado.

De certo, se ela acordasse, chegaria em sua casa e diversos problemas lhe apareceriam: contas, filhos, cozinha, cansaço, televisão, pessoas chatas, responsabilidades... e, mais tarde, iria se deitar, tarde da noite, com milhares de problemas na cabeça, seria um sono inquieto. Diferente do sono de agora.

Mentalmente desejei boa noite e fui embora.

E espero que ela tenha conseguido chegar em casa depo

Como Fazer um Conto 2?

1. Num de seus cadernos de notas Tchekov registrou este episódio: "Um homem, em Monte Carlo, vai ao cassino, ganha um milhão, volta para casa, se suicida". A forma clássica do conto está condensada no núcleo dessa narração futura e não escrita.

Contra o previsível e convencional (jogar-perder-suicidar-se) a intriga se estabelece como um paradoxo. A anedota tende a desvincular a história do jogo e a história do suicídio. Essa excisão é a chave para definir o caráter duplo da forma do conto.

2. Primeira tese: um conto sempre conta duas histórias.

O conto clássico (Poe, Quiroga) narra em primeiro plano a história 1 (o relato do jogo) e constrói em segredo a história 2 (o relato do suicídio). A arte do contista consiste em saber cifrar a história 2 nos interstícios da história 1. Uma história visível esconde uma história secreta, narrada de um modo elíptico e fragmentário.
O efeito de surpresa se produz quando o final da história secreta aparece na superfície.

3. Cada uma das duas histórias é contada de maneira diferente. Trabalhar com duas histórias significa trabalhar com dois sistemas diversos de causalidade. Os mesmos acontecimentos entram simultaneamente em duas lógicas narrativas antagônicas. Os elementos essenciais de um conto têm dupla função e são utilizados de maneira diferente em cada uma das duas histórias.

Os pontos de cruzamento são a base da construção.

4. No início de "La Muerte y la Brújula", um lojista resolve publicar um livro. Esse livro está ali porque é imprescindível na armação da história secreta. Como fazer com que um gângster como Red Scharlach fique a par das complexas tradições judias e seja capaz de armar a Lönrot uma cilada mística e filosófica? Borges lhe consegue esse livro para que se instrua. Ao mesmo tempo usa a história 1 para dissimular essa função: o livro parece estar ali por contiguidade com o assassinato de Yarmolinsky e responde a uma causalidade irônica. "Um desses lojistas que descobriram que qualquer homem se resigna a comprar qualquer livro publicou uma edição popular da "Historia Secreta de los Hasidim". O que é supérfluo numa história, é básico na outra. O livro do lojista é um exemplo (como o volume das "Mil e Uma Noites" em "El Sur"; como a cicatriz em "La Forma de la Espada") da matéria ambígua que faz funcionar a microscópica máquina narrativa que é um conto.

5. O conto é uma narrativa que encerra uma história secreta. Não se trata de um sentido oculto que depende da interpretação: o enigma não é senão uma história que se conta de modo enigmático. A estratégia da narrativa está posta a serviço dessa narrativa cifrada. Como contar uma história enquanto se está contando outra? Essa pergunta sintetiza os problemas técnicos do conto.

Segunda tese: a história secreta é a chave da forma do conto e suas variantes.

6. A versão moderna do conto que vem de Tchekov, Katherine Mansfield, Sherwood Anderson, o Joyce de "Dublinenses", abandona o final surpreendente e a estrutura fechada; trabalha a tensão entre as duas histórias sem nunca resolvê-las. A história secreta conta-se de um modo cada vez mais elusivo. O conto clássico à Poe contava uma história anunciando que havia outra; o conto moderno conta duas histórias como se fossem uma só.
A teoria do iceberg de Hemingway é a primeira síntese desse processo de transformação: o mais importante nunca se conta. A história secreta se constrói com o não dito, com o subentendido e a alusão.

7. "O Grande Rio dos Dois Corações", um dos textos fundamentais de Hemingway, cifra a tal ponto a história 2 (os efeitos da guerra em Nick Adams) que o conto parece a descrição trivial de uma excursão de pesca. Hemingway utiliza toda sua perícia na narração hermética da história secreta. Usa com tal maestria a arte da elipse que consegue com que se note a ausência da outra história.

O que Hemingway faria com o episódio de Tchekov? Narrar com detalhes precisos a partida e o ambiente onde se desenrola o jogo e técnica utilizada pelo jogador para apostar e o tipo de bebida que toma. Não dizer nunca que esse homem vai se suicidar, mas escrever o conto se o leitor já soubesse disso.

8. Kafka conta com clareza e simplicidade a história secreta e narra sigilosamente a história visível até transformá-la em algo enigmático e obscuro. Essa inversão funda o "kafkiano".

A história do suicídio no argumento de Tchekov seria narrada por Kafka em primeiro plano e com toda naturalidade. O terrível estaria centrado na partida, narrada de um modo elíptico e ameaçador.

9. Para Borges a história 1 é um gênero e a história 2 sempre a mesma. Para atenuar ou dissimular a monotonia essencial dessa história secreta, Borges recorre às variantes narrativas que os gêneros lhe oferecem. Todos os contos de Borges são construídos com esse procedimento.

A história visível, o jogo no caso de Tchekov, seria contada por Borges segundo os estereótipos (levemente parodiados) de uma tradição ou de um gênero. Uma partida num armazém, na planície entrerriana, contada por um velho soldado da cavalaria de Urquiza, amigo de Hilario Ascasubi. A narração do suicídio seria uma história construída com a duplicidade e a condensação da vida de um homem numa cena ou ato único que define seu destino.

10. A variante fundamental que Borges introduziu na história do conto consistiu em fazer da construção cifrada da história 2 o tema principal.

Borges narra as manobras de alguém que constrói perversamente uma trama secreta com os materiais de uma história visível. Em "La Muerte y la Brújula", a história 2 é uma construção deliberada de Scharlach. O mesmo ocorre com Acevedo Bandeira em "El Muerto"; com Nolan em "Tema del Traidor y del Héroe"; com Emma Zunz.
Borges (como Poe, como Kafka) sabia transformar em argumento os problemas da forma de narrar.

11. O conto se constrói para fazer aparecer artificialmente algo que estava oculto. Reproduz a busca sempre renovada de uma experiência única que nos permita ver, sob a superfície opaca da vida, uma verdade secreta. "A visão instantânea que nos faz descobrir o desconhecido, não numa longínqua terra incógnita, mas no próprio coração do imediato", dizia Rimbaud.

Essa iluminação profana se transformou na forma do conto.

1- REIS, Luzia de Maria R. O que é o conto. São Paulo: Brasiliense. 1987, p.10.
2. PIGLIA, Ricardo. Teses sobre o conto. Caderno Mais, Folha de São Paulo, 30 de dezembro de 2001, p. 24.

Ricardo Piglia é escritor argentino, autor de, entre outros, "Respiração Artificial" (Iluminuras) e "Dinheiro Queimado (Companhia das Letras). O texto acima foi publicado originalmente em "O Laboratório do Escritor" (Iluminuras).

Tradução de Josely Vianna Baptista

Fonte:
http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=literatura/docs/comofazer

o conto

Calcula-se que o hábito de ouvir e de contar histórias venha acompanhando a humanidade em sua trajetória no espaço e no tempo. Em que momento o primeiro agrupamento humano se sentou ao redor da fogueira para ouvir as narrativas fantásticas ou didáticas capazes de atrair a atenção e o gosto dos presentes e de deixar, no rastro de magia em que eram envolvidas, uma lição e/ou um momento de prazer?

O que se pode afirmar é que todos os povos, em todas as épocas, cultivaram seus contos. Contos anônimos, preservados pela tradição, mantiveram valores e costumes, ajudaram a explicar a história, iluminaram as noites dos tempos.

De Sherazade (uma voz de mulher que conta mil e um contos nas Mil e uma noites, fazendo, dessa forma, a compilação dos contos mais conhecidos no final da Idade Média) aos contistas contemporâneos, a narrativa curta tem sido observada com especial interesse.

A fórmula de compilação e narração de contos até então mantidos no ideário popular adotada nas Mil e uma noites foi largamente adotada e repetida por muitos autores nos anos subseqüentes (Veja-se, por exemplo, o Decamerão, de Bocaccio).

Aos poucos, novas modalidades de contos foram surgindo, diferenciando-se dos contos infantis e dos contos populares, regidos agora por uma nova maneira de narrar, de acordo com a época, os movimentos artísticos que essa época produziu e o estilo individual do autor/narrador.

Luzia de Maria, no volume O que é conto, da coleção Primeiros Passos, introduz seu leitor na discussão das várias modalidades de conto, começando por distinguir “o conto como forma simples, expressão do maravilhoso, linguagem que fala de prodígios fantásticos, oralmente transmitido de gerações a gerações e o conto adquirindo uma formulação artística, literária, escorregando do domínio coletivo da linguagem para o universo do estilo individual de um certo escritor”. [1]

E surgiram os contos de humor, os contos fantásticos, os contos de mistério e terror, os contos realistas, os contos psicológicos, os contos sombrios, os contos cômicos, os contos religiosos, os contos minimalistas, os contos estruturados de acordo com as técnicas da narrativa.

Ricardo Piglia assegura que o segredo de um conto bem escrito é que, na realidade, todo conto conta duas histórias: uma em primeiro plano e outra que se constrói em segredo. A arte do contista estaria em entrelaçar ambas e, só ao final, pelo elemento surpresa, revelar a história que se construiu abaixo da superfície em que a primeira se desenrola. As duas histórias encontram-se nos pontos de cruzamento que vão dando corpo a ambas, embora o que pareça supérfluo numa seja elemento imprescindível na armação da outra.

A história visível e a história secreta, segundo ele, recebem diferentes tratamentos no conto clássico e no conto moderno. No primeiro, uma história é contada anunciando a outra; nos contos modernos, as duas histórias aparecem como se fossem uma só.

Na forma reduzida do conto, a intensidade da busca: “O conto se constrói para fazer aparecer artificialmente algo que estava oculto. Reproduz a busca sempre renovada de uma experiência única que nos permita ver, sob a superfície opaca da vida, uma verdade secreta.” [2]

As qualidades que lhe são apontadas são a concisão e a brevidade, ou seja, é estruturado com uma linguagem densa, com o máximo de economia de palavras. Sua dimensão se dá no sentido da profundidade.

O conto de feição clássica se organiza numa cadeia de acontecimentos que centralizam o poder de atração, apresentando, conseqüentemente, ação, personagens, diálogos. Caracteriza-se como narração de um episódio, uma única ação, com começo, meio e fim, concentrado num mesmo espaço físico, num tempo reduzido. Destaca-se por sua unidade de tempo e de ação.

O conto contemporâneo, reflexo da nova narrativa que se foi construindo nas últimas décadas, substituiu a estrutura clássica pela construção de um texto curto, com o objetivo de conduzir o leitor para além do dito, para a descoberta de um sentido do não-dito. A ação se torna ainda mais reduzida, surgem monólogos, a exploração de um tempo interior, psicológico, a linguagem pode, muitas vezes chocar pela rudeza, pela denúncia do que não se quer ver. Desaparece a construção dramática tradicional que exigia um desenvolvimento, um clímax e um desenlace. Em contrapartida, cobra a participação do leitor, para que os aspectos constitutivos da narrativa possam por ele ser encontrados e apreciados. Exige uma leitura que descortine não só o que é contado, mas, principalmente, a forma como o fato é contado, a forma como o texto se realiza.

como fzer um conto?

O conto é uma narrativa ficcional curta; apresenta dois personagens, poucas açoes e tempo e espaço reduzidos; o enredo tem que estar estruturado em introduçao , complicaçao, climax e desfecho alem de ter de estar na forma culta da lingua.

quanto a estrutura:
*INTRODUÇÃO (ou apresentaçao) geralmente coincide com o começo da historia; é o momento em que o narrador apresenta os fatos iniciais, as personagens e, às vezes, o tempo e o espaço.

*COMPLICAÇAO (ou desenvolvimento): é a parte do enredo em que é desenvolvidoo conflito.

*CLÍMAX: é o momento culminante da historia, ou seja, aquele de maior tensao, no qual o conflito atinge seu ponto maximo.

*DESFECHO: (ou conclusao) é a soluçao do conflito, que pode ser surpreendente, tragica, comica, etc., e corresponde ao final da historia.

Proibir também educa?

você acha que proibindo estamos educando?responda

É justo proibir o uso do celular na sala de aula?

Em muitos lugares do Brasil e do mundo já vigora a proibição do uso de celulares em sala de aula. Em outros, a ideia está em discussão. Conforme noticiou o UOL Educação, em janeiro de 2010, na rede municipal de ensino de Juiz de Fora (MG) não somente os celulares foram proibidos, como também os bonés. A situação com certeza é polêmica. Trata-se de mais um caso em que a esfera pública (o Estado) resolve invadir assuntos da esfera privada, como na restrição ao fumo em locais fechados? Os legisladores estariam se intrometendo em questões da vida individual do estudante que não lhes dizem respeito? Ou são os jovens que abusam e não conseguem compreender quanto o uso do celular, durante a aula, lhes é prejudicial? O que você pensa da proibição do celular em sala de aula? E do boné?

bullying...tá fora de cogitação?

Como solucionar o problema do bullying na escola ou na internet?

Você já ouviu falar de bullying, se é que não travou conhecimento com o problema pessoalmente. De modo geral, bullying é o comportamento agressivo de um ou mais estudantes contra outro(s). O termo se origina de bully, que significa "valentão", em inglês. Esse tipo de violência ocorre principalmente nas escolas, tanto no ensino fundamental quanto no médio, mas não tem se limitado ao âmbito escolar: também já chegou à internet, de onde derivou a expressão cyberbullying. Com base nas informações apresentadas na coletânea que segue, faça uma dissertação em que você explique o que é bullying, dê sua opinião sobre o que, a seu ver, motiva aqueles que o praticam - isto é, os agressores - e apresente uma proposta para se lidar com esse grave problema. Como solucionar a questão do bullying?

quinta-feira, 18 de março de 2010



memória de um sargento de milícias(resumo)

Publicadas em folhetins anônimos entre 1852 e 1853, as Memórias de um Sargento de Milícias são contemporâneas da geração dos poetas byronianos, egóticos, ultra-românticos (Álvares de Azevedo morreu em 1852 e Lira dos Vinte Anos saiu em 1853). Divergem, contudo, dos exageros sentimentais e imaginativos do “mal-do-século”, bem como da idealização heróica e galante dos romances históricos e dos “perfis de mulher”, que eram as correntes majoritárias na poesia e na ficção, e tinham em Alvares de Azevedo e José de Alencar os melhores paradigmas.Obra “excêntrica”, destoante, original, não logrou sucesso junto ao leitor de sua época, mas antecipou algumas linhas do Realismo, do Modernismo, da Literatura Contemporânea e do folclore nacional. As aventuras e desventuras de Leonardo, o primeiro “malandro” da nossa literatura, ancestral de Macunaíma, “herói-sem-nenhum caráter”, moldado pelas contingências, impulsionado pelo prazer e pela oportunidade, vão compondo um saboroso retrato da vida social e familiar do Rio Colonial, fervilhante com a presença da corte joanina, já em transição para a vida independente.A escassa trama romanesca (a relação Leonardo-Luisinhha) serve de suporte à fixação dos costumes da época e à caracterização dos tipos populares: os meirinhos, as saloias, as súcias, as maltas, o barbeiro, a parteira, as festas e procissões, a música e a dança, a vida forense e religiosa, padres libidinosos, pais-de-santo, fofoqueiras e, onipresente, a fina flor da malandragem (“o mundo da desordem”), acossada pelo temível Vidigal (executor do “mundo da ordem”), tudo misturado numa sucessão vertiginosa, que Antonio Candido denominou “romance em motocontínuo”.
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piada para destrair

Henry Ford morre e chega ao céu. No portal, São Pedro cumprimenta-o e diz:- Bem, você foi uma pessoa boníssima e sua invenção, a linha de montagem para automóveis, mudou o mundo. Como recompensa você pode passear a vontade no céu, ir para qualquer lugar.Ford pensa e diz:- Eu quero ficar junto a Deus um pouco.Então, São Pedro pede a um anjo que encaminha Ford para a sala do Todo-Poderoso.Ford entra na sala e logo pergunta a Deus com reverência.- Todo Poderoso, quando inventaste a mulher, em que pensavas?Deus pergunta:- O que queres dizer com isto?- Bom, diz Ford, o Senhor tem alguns problemas no projeto da sua invenção:1. Muitos modelos têm a frente saliente demais;2. Chia muito quando se está em altas velocidades;3. A manutenção é extremamente cara;4. Necessita constantemente de repintura;5. Tem que ficar na garagem por cinco dias a cada 28.6. A traseira balança muito;7. A área de lazer é perto do cano de exaustão;8. Os faróis normalmente não são do tamanho ideal;9. O consumo de combustível é assombroso... Isto, só para citar alguns problemas...- Hummm... - responde Deus - Aguarde um minuto.Deus vai para o Supercomputador Celestial, aponta para uns ícones na tela e aguarda. Quase que instantaneamente sai um relatório todo colorido na impressora. Deus lê o relatório, vira-se para Ford e diz:- Pode até ser que o meu projeto tenha problemas como você apontou, mas, neste exato momento, tem mais homens montados na minha invenção do que na sua...

quarta-feira, 17 de março de 2010

para rirrrr


p/ diverti


cronica...

"Nunca deixe a desejar"
Nunca deixe a desejar Uma vida correta é aquela que faz com que você faça alguém feliz, sem que você se prejudique. O inicio de uma linda história de amor é o respeito e compreensão para com o outro. Nunca deixe um assunto inacabado, procure sempre resolver tudo com calma nos diâmetros certos para que nenhum dos lados venha a se machucar. Mentiras!... Isto é a pior das coisas que pode acontecer entre duas pessoas que querem ter um caso de amor verdadeiro. A mentira gera desconfiança, medo e literalmente o afastamentos de um dos lados: Levar um relacionamento a serio é rever os prós e os contras. O maior segredo para ficar tudo bem é o respeito de um para com o outro visando assim uma mudança de comportamento que dependerá certamente dos dois lados envolvidos. Alguém tem que ceder... Senão será uma verdadeira disputa onde não se levará a nada. Quando ligar-se a alguém, sempre leve em consideração que este alguém é um ser com sentimentos e carências e por mais que faças tem por direito de saber que nunca se brinca com os sentimentos alheios. Nunca deixe que outros interfiram nos momentos que deve ser únicos para os dois, “amigos são amigos”, mas para o amor que no momento uni os dois a interferência de outros só ira provocar desentendimento o qual, fica difícil de contornar. A sinceridade é o maior bem que pode existir entre pessoas apaixonadas... Para que tenham confiança e conforto para ambas as partes, a sinceridade está em primeiro lugar. Deixar tudo esclarecido sempre com a verdade (sempre a verdade doa a quem doer) (tem certas verdades que não precisam ser ditas), sem provocar constrangimentos visando os sentimentos do outro. Falsidade!... Nem pensar, tudo o que é falso é ridículo, a convivência de pessoas já é complicada, pois são formação e idéias diferentes.“Sinceros e não falsos” Sempre pese os conceitos e aprove se for o certo, para que sejas feliz deve saber fazer alguém feliz primeiramente, e automaticamente a felicidades cairá nos seus braços. O amor quando é bem acertado nunca acaba, mas quando desvalorizado só tem a naufragar, por isso, deixe a mentirá, abandone o furor, a ira porque as pessoas vivem só uma vez e aproveitar as oportunidades faz parte do nosso viver, amar intensamente é viver, pois que não sabe o valor do amor não vive, mas apenas sobrevive. O amor jamais acaba, mas havendo falsidades, mentiras, preconceitos, iras, desavenças, imaturidades simplesmente ele deixa-se sufocar e o que resta são apenas frustrações, amarguras e solidão. Ame intensamente como se fosse a ultima vez ou o ultimo amor. Marlene Luiz19/06/06

vida de um dos maiores escritores do brasil ou até mesmo do mundo

Machado de Assis
Biografia
Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) é considerado o maior escritor realista do Brasil e, provavelmente, o maior escritor da literatura brasileira. Nasceu numa família muito humilde e, para ajudar a família, começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional em 1856. De 1858 em diante escreve para diversos jornais importantes com regularidade. Dentre suas principais obras estão seus contos (O Alienista e A Cartomante estão entre os mais famosos) e os romances Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro. Foi o principal fundador da Academia Brasileira de Letras e o seu primeiro presidente. A crônica brasileira moderna tem, em Machado de Assis, um dos seus principais fundadores. Machado escrevia suas crônicas sob pseudônimos. Só 40 anos após sua morte é que se descobriu o verdadeiro autor das chamadas Crônicas de Lélio.Na crônica abaixo, Machado de Assis aborda com ironia a questão da abolição da escravatura, que havia ocorrido no dia 13 de maio de 1888.
Crônica publicada no jornal Gazeta de Notícias, em 19 de maio de 1888.
Bons dias!
Eu pertenço a uma família de profetas après coup, post factum, depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário fôr, que tôda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar.
Neste jantar, a que meus amigos deram o nome de banquete, em falta de outro melhor, reuni umas cinco pessoas, conquanto as notícias dissessem trinta e três (anos de Cristo), no intuito de lhe dar um aspecto simbólico.
No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que acompanhando as idéias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas idéias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado.
Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. Um dos meus amigos (creio que é ainda meu sobrinho) pegou de outra taça, e pediu à ilustre assembléia que correspondesse ao ato que acabava de publicar, brindando ao primeiro dos cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz outro discurso agradecendo, e entreguei a carta ao molecote. Todos os lenços comovidos apanharam as lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e suponho que a óleo.
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
- Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que... - Oh! meu senhô! fico. - ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho dêste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos... - Artura não qué dizê nada, não, senhô... - Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha. - Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete.
Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Êle continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí pra cá, tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe bêsta quando lhe não chamo filho do diabo; cousas tôdas que êle recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre.
O meu plano está feito; quero ser deputado,e, na circular que mandarei aos meus eleitores, direi que, antes, muito antes da abolição legal, já eu, em casa, na modéstia da família, libertava um escravo, ato que comoveu a tôda a gente que dêle teve notícia; que êsse escravo tendo aprendido a ler, escrever e contar, (simples suposições) é então professor de filosofia no Rio das Cobras; que os homens puros, grandes e verdadeiramente políticos, não são os que obedecem à lei, mas os que se antecipam a ela, dizendo ao escravo: és livre, antes que o digam os poderes públicos, sempre retardatários, trôpegos e incapazes de restaurar a justiça na terra, para satisfação do céu.
Boas noites.

vida de um dos maiores escritores do brasil ou até mesmo do mundo

Machado de Assis
Biografia
Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) é considerado o maior escritor realista do Brasil e, provavelmente, o maior escritor da literatura brasileira. Nasceu numa família muito humilde e, para ajudar a família, começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional em 1856. De 1858 em diante escreve para diversos jornais importantes com regularidade. Dentre suas principais obras estão seus contos (O Alienista e A Cartomante estão entre os mais famosos) e os romances Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro. Foi o principal fundador da Academia Brasileira de Letras e o seu primeiro presidente. A crônica brasileira moderna tem, em Machado de Assis, um dos seus principais fundadores. Machado escrevia suas crônicas sob pseudônimos. Só 40 anos após sua morte é que se descobriu o verdadeiro autor das chamadas Crônicas de Lélio.Na crônica abaixo, Machado de Assis aborda com ironia a questão da abolição da escravatura, que havia ocorrido no dia 13 de maio de 1888.
Crônica publicada no jornal Gazeta de Notícias, em 19 de maio de 1888.
Bons dias!
Eu pertenço a uma família de profetas après coup, post factum, depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário fôr, que tôda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar.
Neste jantar, a que meus amigos deram o nome de banquete, em falta de outro melhor, reuni umas cinco pessoas, conquanto as notícias dissessem trinta e três (anos de Cristo), no intuito de lhe dar um aspecto simbólico.
No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que acompanhando as idéias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas idéias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado.
Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. Um dos meus amigos (creio que é ainda meu sobrinho) pegou de outra taça, e pediu à ilustre assembléia que correspondesse ao ato que acabava de publicar, brindando ao primeiro dos cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz outro discurso agradecendo, e entreguei a carta ao molecote. Todos os lenços comovidos apanharam as lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e suponho que a óleo.
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
- Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que... - Oh! meu senhô! fico. - ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho dêste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos... - Artura não qué dizê nada, não, senhô... - Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha. - Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete.
Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Êle continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí pra cá, tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe bêsta quando lhe não chamo filho do diabo; cousas tôdas que êle recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre.
O meu plano está feito; quero ser deputado,e, na circular que mandarei aos meus eleitores, direi que, antes, muito antes da abolição legal, já eu, em casa, na modéstia da família, libertava um escravo, ato que comoveu a tôda a gente que dêle teve notícia; que êsse escravo tendo aprendido a ler, escrever e contar, (simples suposições) é então professor de filosofia no Rio das Cobras; que os homens puros, grandes e verdadeiramente políticos, não são os que obedecem à lei, mas os que se antecipam a ela, dizendo ao escravo: és livre, antes que o digam os poderes públicos, sempre retardatários, trôpegos e incapazes de restaurar a justiça na terra, para satisfação do céu.
Boas noites.

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“Filho criado, trabalho redobrado.” Esse conhecido ditado popular ganha sentido quando chega a adolescência. Nessa fase, o filho já não precisa dos cuidados que os pais dedicam à criança, tão dependente. Mas, por outro lado, o que ele ganha de liberdade para viver a própria vida resulta em diversas e sérias preocupações aos pais. Temos a tendência a considerar a adolescência mais problemática para os pais do que para os filhos. É que, como eles já gozam de liberdade para sair, festejar e comemorar sempre que possível com colegas e amigos de mesma idade e estão sempre prontos a isso, parece que a vida deles é uma eterna festa. Mas vamos com calma porque não é bem assim.Se a vida com os filhos adolescentes, que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor, é complexa e delicada, a vida deles também o é. Na verdade, o fenômeno da adolescência, principalmente no mundo contemporâneo, é bem mais complicado de ser vivido pelos próprios jovens do que por seus pais. Vejamos dois motivos importantes.Em primeiro lugar, deixar de ser criança é se defrontar com inúmeros problemas da vida que, antes, pareciam não existir: eles permaneciam camuflados ou ignorados porque eram da responsabilidade só dos pais. Hoje, esse quadro é mais agudo ainda, já que muitos pais escolheram tutelar integralmente a vida dos filhos por muito mais tempo.Quando o filho, ainda na infância, enfrenta dissabores na convivência com colegas ou pena para construir relações na escola, quando se afasta das dificuldades que surgem na vida escolar -sua primeira e exclusiva responsabilidade-, quando se envolve em conflitos, comete erros, não dá conta do recado etc., os pais logo se colocam em cena. Dessa forma, poupam o filho de enfrentar seus problemas no presente, é claro, mas também passam a idéia de que eles não existem por muito mais tempo.É bom lembrar que a escola -no ciclo fundamental- deveria ser a primeira grande batalha da vida que o filho teria de enfrentar sozinho, apenas com seus recursos, como experiência de aprender a se conhecer, a viver em comunidade e a usar seu potencial com disciplina para dar conta de dar os passos com suas próprias pernas.Em segundo lugar, o contexto sociocultural globalizado atual, com ideais como consumo, felicidade e juventude eterna, por exemplo, compromete de largada o processo de amadurecimento típico da adolescência, que exige certa dose de solidão para a estruturação de tantas vivências e, principalmente, interlocução. E com quem os adolescentes contam para conversar?Eles precisam, nessa época de passagem para a vida adulta, de pessoas dispostas a assumir o lugar da maturidade e da experiência com olhar crítico sobre as questões existenciais e da vida em sociedade para estabelecer com eles um diálogo interrogador. Várias pesquisas já mostraram que os jovens dão grande valor aos pais e aos professores em suas vidas. Entretanto, parece que estamos muito mais comprometidos com a juventude do que eles mesmos.Quem leva a sério questões importantes para eles em temas como política, sexualidade, drogas, ética, depressão e suicídio, vida em família, vida escolar, violência, relações amorosas e fidelidade, racismo, trabalho etc.? Quando digo levar a sério me refiro a considerar o que eles dizem e dialogar com propriedade, e não com moralismo ou com excesso de jovialidade. E, desse mal, padecem muitos pais e professores que com eles convivem.Os adolescentes não conseguem desfrutar da solidão necessária nessa época da vida, mas parece que se encontram sozinhos na aventura de aprender a se tornarem adultos. Bem que merecem nossa companhia, não?”
Rosely Sayão

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“Um adolescente um pouco sem rumo, estranhando seu próprio comportamento, paradoxalmente desafiador e arrependido, pára você na rua e fala: “Estou só passando por uma fase agora. Todo o mundo passa por fases, não é?” Alguém talvez reconheça sua voz. É Holden, o herói do romance O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger.
Aproveitando-se da situação, atrás e ao lado dele se aglomeram pais e mães de adolescentes. Eles também perguntam: “Então, é assim? Vai passar? É só uma fase?”
Resposta de bolso, caso Holden e os pais o parem na rua: “Não. Não é apenas uma fase. Por isso, nada garante que passe”.
Nossos adolescentes amam, estudam, brigam, trabalham. Batalham com seus corpos, que se esticam e se transformam. Lidam com as dificuldades de crescer no quadro complicado da família moderna. Como se diz hoje, eles se procuram e eventualmente se acham. Mas, além disso, eles precisam lutar com a adolescência, que é uma criatura um pouco monstruosa, sustentada pela imaginação de todos, adolescentes e pais. Um mito, inventado no começo do século 20, que vingou sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial.1
A adolescência é o prisma pelo qual os adultos olham os adolescentes e pelo qual os próprios adolescentes se contemplam. Ela é uma das formações culturais mais poderosas de nossa época.
Objeto de inveja e de medo, ela dá forma aos sonhos de liberdade ou de evasão dos adultos e, ao mesmo tempo, a seus pesadelos de violência e desordem.
Objeto de admiração e ojeriza, ela é um poderoso argumento de marketing e, ao mesmo tempo, uma fonte de desconfiança e repressão preventiva.
A Holden e aos pais pode-se responder, assim, que os jovens de hoje chegaram à adolescência numa época que alimenta uma espécie de culto desse tempo da vida. E caberia, então, tentar explicar como isso nos afeta a todos.” Contardo Calligaris

Machado De Assis

(...) Assim são as páginas da vida, como dizia meu filho quando fazia versos, e acrescentava que as páginas vão passando umas sobre as outras, esquecidas apenas lidas."Suje-se Gordo!"